Ainda Estou Aqui - Foto: Reprodução/Sony
Ainda Estou Aqui - Foto: Reprodução/Sony

O mito de que o brasileiro não gosta de cinema nacional ou que o país só produz “favela movies” persiste, alimentado por um mercado que prioriza produções hollywoodianas e por vozes que subestimam a capacidade cultural do Brasil. A recente vitória de Fernanda Torres no Globo de Ouro por Ainda Estou Aqui desafia essas crenças, mostrando que há um público interessado em se ver representado nas telas.

Sucessos recentes como O Auto da Compadecida 2 e Bacurau já haviam provado a receptividade do público brasileiro, enquanto 2024 trouxe filmes aclamados como Malu e Oeste Outra Vez. Apesar disso, ainda há uma percepção de que falta investimento e reconhecimento ao cinema nacional. O desempenho de Ainda Estou Aqui – que arrecadou R$ 60 milhões e superou blockbusters como Duna: Parte 2 e Gladiador II – reafirma que o público está emocionalmente conectado às narrativas brasileiras quando elas recebem o destaque merecido.

A crítica nacional e internacional, além dos resultados em festivais como Veneza, fortalecem a posição do filme de Walter Salles e de Fernanda Torres como favoritos à temporada de prêmios. A vitória no Globo de Ouro coloca a atriz como uma provável indicada ao Oscar, ampliando a visibilidade do cinema brasileiro. Contudo, o intervalo de mais de duas décadas entre feitos como Cidade de Deus e Ainda Estou Aqui evidencia que o Brasil ainda enfrenta barreiras para manter uma presença consistente no cenário internacional.

O desafio está em romper preconceitos e fortalecer o investimento em produções nacionais. A celebração de Ainda Estou Aqui pelo mundo mostra que o cinema brasileiro tem o potencial de ocupar um lugar de destaque global – basta que o próprio país acredite e invista nessa narrativa.