Carlos Alberto Torres - Foto: Reprodução/Instagram
Carlos Alberto Torres - Foto: Reprodução/Instagram

O jogador faleceu em 2013 e não deixou testamento

Oito anos após a morte do jogador Carlos Alberto Torres, capitão do tricampeonato do Brasil na Copa do Mundo de 1970, no México, a herança deixada por ele é motivo de disputa judicial entre familiares. De um lado, a viúva Maria da Graça Bandeira Garbacio, declarada inventariante na administração dos bens. Do outro, os dois filhos do primeiro casamento do ex–jogador, que trocam acusações ao longo do processo que se arrasta por anos na justiça com tentativas frustradas de conciliação.

Maria das graças casou com Carlos Alberto Torres sob regime de comunhão universal de bens em 2013, ou seja, tem direto a 50% dos bens deixados pelo marido. Os filhos, herdeiros necessários, dividem de forma igualitária os outros 50% restante como determina a lei. Apesar de ter sido um dos maiores ídolos da história do futebol brasileiro, o patrimonio do ex-jogador não ultrapassam 3 milhões de reais.

Os problemas começaram com a discordância do valor do único imóvel deixado por ele: uma mansão na Barra da Tijuca com 4 suítes avaliada por um perito judicial em 2,75 milhões de reais. Os filhos de Carlos Alberto acusam a madrasta de alugar o imóvel sem autorização dos demais herdeiros e sem a devida prestação de contas ao espólio, pedido também a remoção de Maria da Graça da função de inventariante. Já a viúva de Carlos Alberto alega não ser obrigada a solicitar autorização para a locação, penas em caso de venda do imóvel. Além da mansão, Carlos Alberto deixou como herança um carro avaliado em pouco mais de 23 mil reais e saldos bancários que, somados, não ultrapassam 25 mil reais.

Dívida de mais de 3 milhões é maior do que a herança

A viúva do eterno capita também alega que está administrando o pagamento de uma dívida de execução fiscal do falecido marido de mais de 3 milhões de reais, e que está cumprindo as obrigações de inventariante. Ou seja, a dívida é superior ao patrimônio deixado por Torres.

Morte indeterminada

Apesar da imprensa ter divulgado amplamente que Carlos Aberto Torres faleceu de um infarto fulminante, no atestado de óbito do jogador a causa da morte é indeterminada.

Ele teria passado mal em sua casa na Barra da Tijuca quando se sentiu mal. Levado para o hospital, médicos tentaram reanimá-lo, mas o ex-atleta não resistiu, sendo declarado morto aos 72 anos.

Capitão da melhor seleção de todos os tempos

Maria ainda afirma no processo que soube da existência de uma empresa de marketing esportivo em que o marido era sócio com o filho, Carlos Alexandre Torres e o ex- jogador da seleção brasileira Ricardo Rocha. O enteado teria escondido esse fato do espólio. A viúva ainda questiona quem está recebendo direito de imagem do ex-jogador, que era de responsabilidade da empresa de Marketing e que a imagem é um ativo do espólio. Ela acrescenta que: “Torres é um nome histórico do futebol mundial, cuja imagem é utilizada em todos os continentes do planeta. Carlos Alberto Torres não é só um grande jogador, é um ícone mundial, sendo a representação do personagem que liderou a seleção considerada a maior e melhor de todos os tempos”. Em matéria publicada no O Globo em 2014 e anexada aos autos, o faturamento da empresa era de 1,5 milhões anuais.

Atendendo a uma determinação judicial, Grupo Globo, ESPN, Adidas, Nike, Netflix, Flamengo, Botafogo, FIFA e CBF informaram em ofício encaminhado a justiça que não existem valores referentes ao direitos de imagem do eterno capitão pendente de pagamento.

Sem nenhuma decisão judicial, a disputa está longe de acabar.